Obatalá...
Espera, Oxum! Não posso interferir no processo de vida e morte, mas
tenho, como tu mesma tens poderes para criar e consagrar símbolos que
perpetuem um ser. Que o represente em qualquer situação e que possa ser
renovado constantemente. Um símbolo vivo de alguém que já morreu!
E
este símbolo deverá participar de todos os rituais em nossa honra! E
representará, com sua presença, não só a presença de seu pupilo, como
também de todos aqueles que um dia receberam o sagrado OXU, que
estabelece a aliança firmada entre o iniciado e seu Orixá! Um símbolo
que possa representar também a Terra, onde habitam seus corpos depois de
levados por IKU!
A GALINHA D'ANGOLA gritaram todos em unissono.
Oxum
providenciou, imediatamente, uma galinha d'angola, que naquele tempo
era inteiramente preta, e Obatalá lá soprou sobre ela pó de efun,
pintalgando-a de branco, como hoje ela é. Oxum, então, modelou, com
manteiga de orí da Costa, um cone ao qual acrescentou diversos
componentes mágicos, e fixo-o sobre a cabeça da ave, dando a ela o
status de ODOXU (aquele que possui OXU), que distingue os iniciados no
Culto dos Orixás.
OBATALÁ sentenciou: A partir desse dia, serás
representado, em todos os rituais, por ETU, a galinha d'angola. Qualquer
ritual em que ela não estiver presente, não será por nós validado. Esta
ave é, a partir de agora o símbolo dos iniciados do qual foste o
precursor e , por isso nascerá provida de OXU e da pintura de efun que é
feita em minha honra!
É por isso que, ainda hoje, a galinha
d'angola deve estar presente em todas as cerimonias em honra aos Orixás,
e uma parte dela compõe o OXU, que é colocado sobre a cabeça do neófito
na hora de sua iniciação.